Nesta altura natalícia a Magazine do Guia da Cidade viajou até Piodão para lhe desvendar os maiores segredos desta Aldeia Histórica desde 1994, e quiçá propor-lhe um destino para a passagem do ano. Viajando até às entranhas tradicionais, no distrito de Coimbra, bem no coração de Portugal, encontramos Piodão, Património Nacional desde 1978, uma aldeia pequena, mas com muitas histórias e trilhos para explorar.
Ao contrário do que algumas referências do povo, que contam que Piodão vem de “pior do mundo”, Piodão é uma aldeia aconchegante e muito procurada no âmbito do turismo. Conhecida pela sua arquitetura que relembra um presépio de xisto aninhado em plena Paisagem Protegida da Serra do Açor, Piodão está voltada para o alto do Colcurinho.
Nas redondezas de Piodão, num vale mais abaixo persistem as ruínas de uma povoação outrora chamada de “Casal de Piodam”. A expressão significa: “a gente ou o povo que anda a pé” e faz juz ao isolamento da aldeia, como é característico desta zona de vales e aldeias, quase despovoadas e isoladas do mundo, com acesso às vilas mais próximas através de autocarros semanais, e muitas vezes mensais. A primeira estrada que dava acesso a esta zona foi construída em 1972.
Depois de uma estrada serpenteada pela serra, chegamos ao centro de Piodão.
A Igreja Matriz a olhar para nós, o Museu de Piodão a requisitar uma visita, o pequeno comércio com artigos regionais a animar a entrada na aldeia, e o restaurante mais famoso da zona a conquistar pelos sabores: Piodão XXI, com uma vista panorâmica sobre o vale, em que as especialidades das casa são Chanfana à moda da Serra e Cabrito assado no forno.
Existem vários percursos pedestres que poderá explorar, todos bem indicados, com o grau de dificuldade, distância e duração média em minutos. Socalco acima, degrau abaixo, detenha-se a apreciar todos os pormenores da aldeia. As ruelas estreitas e acolhedoras, os varandins coloridos a azul, as fachadas em xisto, os logradouros com vistas soberbas, os pequenos armazéns subterrâneos para a lenha, aproveitando todo o espaço útil, entre as casas.
A tipicidade da aldeia é fortemente marcada pelas fachadas das casas, todas em xisto, as portas coloridas por um azul característico, e os telhados em ardósia escura e brilhante, ou em pedra artesanal.
Para quem aprecia animais aqui poderá avistar coelhos, lebres, javalis, raposas, doninhas, fuinhas, águias, açores, corvos, gaios, e perdizes. A flora autóctone inclui castanheiros, oliveiras, pinheiros, loureiros, urzes e giestas.
Se se deixar conquistar por esta aldeia mágica, poderá ficar na INATEL Piodão, na Casa da Padaria ou ainda alugar a Casa do Algar.
Com uma área de cerca de 36,36 km2 recheada de trilhos, caminhos e detalhes para absorver, este é um destino a visitar para se perder na natureza, e nas paisagens imponentes de montanha.