Roteiros de Lisboa III: Belém, o ex-librís histórico

Sejam bem-vindos ao nosso terceiro passeio por Lisboa. Desta vez dedicámo-nos a explorar a zona ribeirinha ocidental da cidade. Belém, um destino recheado de história e impregnado pela força do tempo em que a expansão se fazia pelo mar. Belém, rainha dos Descobrimentos, onde de outrora partiu Vasco da Gama em busca do caminho maritimo para a India.

O provérbio que se aplica a Roma, aplica-se também a Belém, afinal venha de onde vier, todos os caminhos vão lá dar. Tem quatro opções para vir até este bairro tão carismático:

- Eléctrico – 15E

- Comboio – linha de Cascais

- Autocarros – 727, 728, 729, 751

- Carro

Nós inicíamos a rota na paragem do eléctrico 15E, de quem vem de Lisboa, que se insere no Largo dos Jerónimos, entalado entre o Mosteiro do Jerónimos, o Jardim Tropical e a famosa Rua de Belém, onde os saborosos e quentes Pasteís de Belém esperam por si.

Ora iniciando o nosso roteiro, partimos à descoberta do Mosteiro do Jerónimos, cuja excelência arquitectónica evidente, deu-lhe reconhecimento como Património Cultural da Humanidade pela UNESCO.

Tome o seu tempo a observar a fachada do Mosteiro, marcada pela história de outros tempos e pela arte que transcende a inevitável pergunta: como foi possível conceber tal obra dona de uma imponência única?

Hoje em dia nas alas do antigo mosteiro, estão instalados o Museu da Marinha e o Museu de Arqueologia. Na igreja do Mosteiro jazem os túmulos do histórico navegante Vasco da Gama e do poeta épico Luis Vaz de Camões.

A visita à igreja é gratuita, sendo que para visitar o Mosteiro e o Claustro aconselhamos a compra de um bilhete combinado.

Depois de visitar este pedaço vivo da história portuguesa, siga jornada em direcção ao Tejo, atravessando a Praça do Império.

Aqui detenha-se para apreciar todos os pormenores dos jardins:

- a Fonte Luminosa de Belém no centro dos jardins e os brasões de antigas colónias do império esculpidos em baixo-relevo, que alternam com as bicas de saída de água,

- os nenufares que adormecem no topo dos lagos,

- as estátuas imponentes que guardam os jardins,

- o jardim de alegretes de buxos heráldicos, onde os brasões das províncias ultramarinas portuguesas repousam desenhados na vegetação,

- as flores e as àrvores que abraçam a Praça, refrescando a ambiência e proporcionando sombra agradáveis aquando horas de sol a pique.

Ainda, em direção ao Tejo, do seu lado direito poderá observar o Centro Cultural de Belém, equipamento arquitectónico dedicado à cultura, onde reside também o Museu Berardo. 

Prosseguindo em direção a Sul com vista o Padrão dos Descobrimentos, irá encontrar uma passagem subterrânea debaixo da linha do comboio e da Marginal, que dará acesso à zona beira-rio.

Já do outro lado, encontrará o imponente Padrão dos Descobrimentos. Inaugurado a 9 de Agosto de 1960, o Padrão sofreu obras em 1985, que permitiram o acesso do público ao miradouro, auditório e a duas salas de exposições.

Suba até ao miradouro para apreciar com a melhor perspectiva a Rosa dos Ventos, exibida no terreiro de acesso. O desenho com cerca 50 metros de diâmetro representa as principais rotas da expansão Portuguesa. É história desenhada em cantaria de calcário liós negro e vermelho.

Para além da Rosa dos Ventos, no Miradouro do Padrão terá acesso a uma das melhores vistas sobre Belém, abarcando a Praça do Império, o Centro Cultural de Belém, o Tejo e a Ponte 25 de Abril. 

Depois de descer das alturas, prepare-se para um trajecto à beira do Tejo em direção à Torre de Belém. Aprecie a sensação de estar rodeado de água cristalina: do seu lado esquerdo o rio outrora navegado por exploradores, do seu lado direito o Espelho de Água.

Caminhando para oeste, irá encontrar do seu lado direito o Museu de Arte Popular onde encontrará peças da arte tradicional portuguesa, organizadas por províncias. Mais à frente, quase colado ao Museu, encontra-se o Jardim do Japão.

O trajecto até à Torre de Belém está recheado de pérolas para descobrir, como as que já referenciámos e ainda outras. Tome o seu tempo para beber uma água no Hotel Altis se lhe apetecer, ou apreciar a vista da Doca do Bom Sucesso, notável pela sua importância na história aérea e naval de Portugal do século XX.

Já quase a alcançar a famosa torre, está a Avioneta de Gago Coutinho, o monumento da primeira travessia aérea do Atlântico Sul.

Finalmente, depois da caminhada com vista na Torre de Belém, chegará ao seu destino. Este monumento foi erguido  no local onde se encontrava ancorada a Grande Nau, que cruzava fogo com a fortaleza de S. Sebastião e é considerado um ex-líbris de Belém. 

Indicações:

Quando fazer? Uma boa sugestão para fazer este passeio será pela manhã ou ao final da tarde.

Duração?  1:30 hora a caminhar,  2 horas ou mais dependendo do tempo que dedicar a cada ponto de interesse.

Pontos de interesse: Mosteiros dos Jerónimos, Museu da Marinha, Museu de Arqueologia, Igreja do Mosteiro dos Jerónimos, Praça do Império, Centro Cultural de Belém, Padrão dos Descobrimentos, Rosa dos Ventos, Museu de Arte Popular, Espelho de Água, Jardim do Japão, Avioneta de Gago Coutinho, Torre de Belém, Museu Nacional dos Coches, Museu da Electricidade, Planetário Calouste Gulbenkian, Jardim Tropical, Museu do Combatente, Jardim Vasco da Gama, Palácio de Belém, Praça Afonso de Albuquerque.