Ao longo das nossas excursões e descobertas temos vindo a concretizar que Sintra é das regiões em Portugal que reúne mais atrações por metro quadrado: desde os monumentos, museus, passando pela beleza natural incomparável a uma fauna e flora riquíssimas.
Foi há cerca de um mês que visitámos o Chalet da Condessa d’Edla, no Parque da Pena a propósito da atribuição do prémio europeu. Ficámos rendidos e decidimos voltar para explorar as redondezas mais a fundo. O resultado foi um passeio de cerca de 3 horas, com muita coisa para ver, um sem fim de trilhos para nos perder, sentir e experimentar.
O Parque da Pena é composto por 200 hectares de extensão recheados de histórias e pontos de interesse para descobrir. Este espaço nasceu da vontade do Rei D. Fernando II com o apoio da sua segunda esposa, a Condessa d’Edla. Aqui encontra-se o ponto mais alto da serra de Sintra, na Cruz Alta, com 528 metros de altitude, de onde poderá aceder a uma vista totalmente única sobre a serra e as redondezas.
Dentro do Parque é natural experimentar um pouco à semelhança do passeio pela vila de Sintra, a sensação de estarmos sempre acompanhados por uma presença que nos vigia. Neste caso é o Palácio da Pena, que na ermida lá em cima vela pelos visitantes do Parque e por toda a natureza que o envolve.
Ás 10 da manhã encontravamo-nos na entrada para o Chalet do Parque. Se vier de carro, tem muito próximo um parque estacionamento facilmente acessível. Poderá também optar por vir de autocarro que o deixará numa paragem à porta.
Mal passamos o portão a natureza cumprimenta-nos esplendorosa e viva.
Avistando o Chalet à nossa direita, decidimos rumar à descoberta dos trilhos labirínticos em direção às Feteiras, repletas de fetos arbóreos da Oceânia. É incrivel como o clima influencia na atmosfera do Parque. Num clima mais húmido, o ambiente torna-se mais místico, fazendo-nos até viajar no tempo, numa era em que os humanos sequer existiam.
Outro elemento que se torna cúmplica nesta ilusão de viagem no tempo são as formações geológicas naturais que vamos encontrando pelo percurso. Grandes pedras empilhadas entre si mesmas, num equilibrio único.
Penetrando na beleza natural do Parque da Pena existem destinos que não poderá perder, os quais passamos a lembrar:
- Abegoaria e Quinta da Pena
A Abegoaria era o principal edifício de apoio às atividades agrícolas da Quinta. A sua reabilitação procurou respeitar a traça original do edifício histórico, mantendo a zona de abrigo para charretes. O enquadramento paisagístico também foi valorizado, permitindo passeios de charrete ou a cavalo.
- Lagos
Ao todo são cerca de 11 Lagos: os 5 do Vale dos Lagos, o Lago da Feteira da Rainha, o Lago da Preta, o Lago da Concha, o Lago dos Peixes (no sopé do Alto de Santa Catarina), o Lago do Repuxo e o Lago de Cascais (ou Torto). Para além destes, na Pena existem ainda diversas fontes e pequenos tanques, de entre os quais se destaca o Tanque dos Frades, obra que remonta à época de ocupação da zona da Pena por parte da comunidade hieronimita do antigo Mosteiro de Nossa Senhora da Pena. Os lagos estão repletos de vida.
- Jardins das Camélias
É uma das áreas mais emblemáticas do Parque da Pena e constitui uma das mais importantes colecções camélias de Portuguesas, com cerca de 200 cultivares, introduzidas no Parque pelo rei D. Fernando II no séc. XIX.
- “Banco da Rainha” no Alto de Santa Catarina
Constituia o miradouro preferido de D. Amélia, mulher do Rei D. Carlos denominado por “banco da Rainha” em sua homenagem. Está a 460 metros de altitude, pelo que para aceder a este ponto terá que subir uma escadaria valente. Daqui será possível avistar o Palácio da Pena por entre as copas das árvores .
- Gruta do Monge
O antigo local onde os monges Jerónimos se recolhiam para meditar e isolar. Uma gruta com pequenas aberturas para o exterior, de forma a luminosidade poder entrar.
- Cruz Alta
A cruz instalada é uma réplica da cruz originalmente erigida por D. Fernando II, que foi atingida por um relâmpago em 1997. Em 2008 a cruz original foi reconstituída e colocada em frente da Casa do Pombal. Os relevos na cruz remetem para imagens de troncos entrelaçados. A réplica foi inaugurada a 19 de Julho de 2008 pelo Bispo Auxiliar de Lisboa, D. Carlos Azevedo.
- Gigante
A Estátua do Gigante está inserida a 490 metros de altitude, no cimo do aglomerado de rochedos. Esta estátua homenageia um guerreiro.
- Templo das Colunas
No Alto de Santo António existiu em tempos uma capela dedicada ao St.º António. Hoje em dia no seu lugar reside o Templo das Colunas, erigido em 1850 e cujo o projecto era do pai de D. Fernando II.
A obra foi dirigida pelo Barão de Eschwege, que se inspirou nos palácios da Baviera, para criar um edifício singular que conjuga influências «wagnerianas» de outros castelos no centro da Europa, com os traços mouriscos e os motivos góticos e manuelinos. Um verdadeiro «palácio de princesas» no cimo da serra de Sintra.
É um edifício com uma forte carga cénica caracterizado pela marcação horizontal do reboco exterior, pintado a imitar um revestimento em pranchas de madeira, e pelo uso exaustivo da cortiça como elemento decorativo.
O Parque da Pena está recheado de segredos por revelar e espera por uma visita sua.
Horários do Parque da Pena:
Época alta: 09:30 às 20:00
Época baixa: 10:00 às 18:00
Bilhete: entre 9€ e 11,5€
Indicações:
Quando fazer: Durante o inverno aconselhamos que faça a qualquer horas até ás 17:00 porque depois começa a ficar escuro. Na estação quente recomendamos que faça este roteiro durante a manhã, pela fresca a partir das 09:30.
Duração: 3 horas no mínimo, dependendo muito da atenção que der a cada ponto de interesse.
Pontos de interesse: Chalet da Condessa d’Edla, Palácio da Pena, Sintra, Feteiras, Abegoaria, Quinta da Pena, Templo das Colunas, Gigante, Trono da Rainha, Gruta dos Monges, Jardins das Camélias, Lagos.